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quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

MORTO OU VIVO?



"Como tantas vezes já acontecera antes, um dia, vi-me saindo de uma inconsciência total para uma primeira sensação imprecisa de existência. Como das outras tantas vezes, lentamente, com um torpor de tartaruga, aproximava-se fraca a cinzenta aurora do dia da mente. Eu despertava. Uma entorpecida inquietação. Uma vaga sensação de dor. Nenhuma preocupação. Nem esperança. Nem esforço. Nada. Como se estivesse nascendo.

Depois, após um longo intervalo, um tilintar nos ouvidos. Uma sensação de dormência. Um leve formigamento nas extremidades. A sensação agradável de repouso. Os sentimentos despertando. Uma tentativa de pensamento. O primeiro esforço para lembrar-se: o ligeiro estremecimento de uma pálpebra e um choque elétrico de horror indefinido e mortal, que lança o sangue das têmporas para o coração. Outro esforço para lembrar-se. Agora a memória recupera o seu domínio. Tomo conhecimento de minha situação. Sei que não estou acordando de um sono comum. Fora tomado de catalepsia. Finalmente meu espírito é dominado por uma única ideia sinistra, central e mórbida. Perigo!

Por alguns minutos a ideia tomou conta de mim. Permaneci imóvel. Não conseguia reunir coragem para mover-me. Não ousava nada, paralisado pelo medo. Medo do destino. Eu sabia. Ele era inevitável.

O desespero - apenas o desespero - impeliu-me, após longa hesitação, a mover minhas pesadas pálpebras. Abri os olhos. Estava escuro. Tudo muito escuro Agora eu sabia que o ataque já passara. Sabia que recuperara todas as minhas faculdades. Eu poderia ver. E não enxergava porque estava tudo escuro. Era aquela intensa, negra e completa Noite que dura para sempre. Tentei gritar. Meus lábios e minha língua ressecados moveram-se, mas nenhum som de voz saiu. Os pulmões pareciam oprimidos pelo peso de uma incomensurável montanha. Coração e pulmão arfavam, palpitavam. Latejavam.

Ao esforço de gritar, vi que os maxilares estavam amarrados como sempre acontece com os mortos.

Senti que repousava em alguma coisa dura. E duros também eram os lados. Elevei os braços acima do meu corpo e senti baterem numa sólida tampa de madeira, que subia acima do meu rosto a pouca altura.

 Não havia mais dúvida. Eu fora encerrado num caixão.

Pensei então em minhas precauções. Fiz movimentos e a tampa não cedeu. Procurei a corda do sino que devia estar amarrada aos meus pulsos. Não consegui encontrá-la. Não havia acolchoado. E às minhas narinas chegou repentinamente o cheiro forte da terra úmida. Eu não estava na galeria de minha família. Caíra com o ataque longe de casa, entre estranhos. Não podia me lembrar como nem quando. Mas sabia que me haviam enterrado como a um cão, num caixão, em alguma cova funda, vulgar, sem epitáfio. E para sempre.

Quando me convenci disso, tentei gritar de novo. E consegui. O grito saiu longo, prolongado, selvagem. De agonia, de desespero, de terror. Tão forte que ressoou através da Noite subterrânea."

Trecho do conto Enterro Prematuro, do livro Histórias Extraordinárias, Edgar Allan Poe. Tradução e adaptação de Clarice Lispector, Ediouro, 2005


 

 

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Escombros, tijolos e quedas.

1. A casa de Usher caiu por causa das infiltrações e das maldições.

2. Lucifer caiu por causa da vaidade.

3. As fadas cairam da copa dos carvalhos por Amor.

4. O operário caiu do poste porque estava pensando em futebol. Arrebentou a cabeça na guia e os miolos se espalharam pela calçada.

5. Ismália caiu porque quis ver a lua do mar.

6. A construção caiu por causa das rachaduras e o trabalhador está sob escombros. Ele era mais um tijolo na parede.

7. 7 abutres pousaram suavemente sobre a montanha de escombros.

05/12/13

domingo, 18 de agosto de 2013

Poema: Maya


      MAYA





A aparição do espelho é realidade sólida.
A toxina no fígado também é sólida.
Os objetos que caem atrás da estante também são reais e existem.
Aquele vento que sacode a cortina da janela da sala é real.
O delicadíssimo néctar das flores existe.
As substâncias tóxicas lançadas no ar são reais.

A toxina está lá no fígado.
O clipe caiu atrás da estante.
A aparição está no espelho.

O deslizar da urna para dentro da carruagem é apenas um som, mas existe.
A ausência existe e corporifica.
Tudo isso é sólido, solitário e solene, inclusive a aparição.

O que não existe são as recordações.
A percepção do mundo é apenas recordação.
Logo, não existe percepção do mundo.

Para atravessar o espelho, tem que ser Alice, Alice existe.
A aparição do espelho não é apavorante.
Apavorante é a ausência.

Poema: Sr. e Sra Burns


 SR. E SRA. BURNS


Todos os dias, pontualmente às 18h30min, o Sr. Burns chega em casa, após exaustiva jornada de trabalho.

Pontualmente, às 19h30min, a sra. Burns já está com o jantar servido.

Rigorosamente às 20h30min, a cozinha já está brilhante e impecavelmente arrumada. O Sr. e a Sra. Burns estão no escritório, fazendo ponderações sobre o orçamento doméstico.

As 21h30min, o Sr. e a Sra. Burns já estão com seus trajes de dormir e seus chinelos beges, sentados em seus confortáveis sofás, assistindo atentamente a um programa religioso na TV. O único compatível com a elevada moral do Sr. e da Sra. Burns.

Exatamente às 23h30min, o Sr. e a Sra. Burns já estão posicionados em sua cama Box: ele à direita e ela à esquerda. Ela se deita por último e desliga o abajur de cor azul clara. Dão-se um boa noite, viram-se e imediatamente pegam no sono.

Estão agora de volta ao único e verdadeiro encontro.


Inexoravelmente.

Poema: A náusea tem etapas?


 A NÁUSEA TEM ETAPAS?



A primeira etapa é como um trator sobre a sua cabeça.

Todos os rostos são os de Francis Bacon.
Todos os andares são os de Nosferatu.
Todos os balançares de cabelo são os da Medusa.
Todas as gesticulações são as de Alien.
Todas as palavras são as de Augusto dos Anjos.
Todos os sons são os da ambulância.
Todos os cheiros são os do esgoto.

Da segunda etapa em diante, o choque já não vem mais, apesar do horror aumentar e ficar agudo.

A boca ainda está cheia de dentes?
A cabeça ainda tem fios?
As mãos ainda carregam o fardo?
Os pés ainda suportam tudo?
As narinas ainda puxam o veneno?
Os olhos ainda não se fecharam?
O sexo ainda reverbera?

Graças a Deus, assim veio o cheiro de flores.
Graças a Deus, assim veio a cera chorosa das velas.
Graças a Deus, assim veio o silêncio.

Poema: Histórias Ordinárias


Edgar Allan Poe



HISTÓRIAS ORDINÁRIAS


As Histórias Extraordinárias de Poe são agora ordinárias.
Ninguém mais precisa ler Poe, ele está envergonhado.
A casa de Usher caiu em Manhanttan em 11 de setembro de 2001.
A polícia ainda não sabe qual é a cara de Jack, o estripador; mas a de Misael Bispo, sabe.
A laranja é mecânica porque os laranjais foram envenenados.


Arrastaram um menino de 6 anos pela avenida.
Arrastaram uma cachorrinha prenha pela avenida.
Laçaram, arrastaram e destroncaram um pobre bezerro pela arena (e ganharam 100 mil de prêmio para isso).
Jogaram uma menina de 5 anos pela janela.
Incendiaram um índio na rua só de brincadeira.


HISTÓRIAS OR-DI-NÁ-RIAS.


Porque ordinários são Jason e Fred Kruger: viraram brinquedinhos.
Ordinário é o chapéu azul do General Custer.
Ordinário é o bisturi do Dr. Josef Mengele.
Ordinário é o sangue no carro dos Nardoni.


Outro dia, Norman Bates foi visitar Chico Estrela e Guilherme de Pádua mandou lembranças aos dois.
O dr. Hannibal, o canibal, é o novo analista do goleiro Bruno.
Agora sim, Zeus pode mandar libertar Kraken.












MANUAL DE ACROBACIAS




Dedicado a todas as espécies de animais vítimas de maus tratos, torturas e toda sorte de barbáries impostas direta ou indiretamente pelos seres humanos.



Eu sou o acrobata da jaula dos fundos, porém todos me vêem.

Vou deixar minhas garras à mostra na grade e me contorcer preso às algemas que te livram das minhas unhadas e dentadas bruscas, porque você é fraco e covarde mesmo parecendo ser o preferido do espetáculo de Deus.

Se eu escapar daqui, vou sim arrancar ferozmente esse sorriso do seu rosto triste, pusilânime; é como se você quisesse ser o próprio Deus.

As tochas estão apagadas e vocês não têm fósforo.

Não adianta você tomar dimetiltriptamina, a sua imbecilidade explodirá sem nenhuma discrição.

Vou deixar minhas presas à vista na esperança de que alguém tenha medo e todos se afastem.

Eu sou o acrobata torturado da jaula dos fundos, porém todos me vêem. O ar que respiro é diferente do seu, porque você pensa que é superior a mim.

Mas eu sou o uivo que arrebenta seus tímpanos e o urro que lateja em suas tripas.

Entre um passo e outro, você era eu ontem.

Uma espera na fila do circo com suas crueldades e cruezas, ingressos alfanuméricos, nenhuma esfinge, um terror. Um terror. Repita comigo: só terror.




Esta é a minha versão do poema Manual de acrobacias, do poeta Carlos Augusto Lima. Para ler o poema original, acesse o blog www..memoriaeprojeto.wordpress.com.








sexta-feira, 26 de julho de 2013

ODOR DE ROSAS

No escritório

Edgar estava sentado em sua cadeira giratória diante da escrivaninha. Os pensamentos corriam pela sua mente. Já estava decidido. Não era uma decisão baseada na mágoa ou no desespero. Era sim, resultado de uma análise serena da realidade. Estava cansado.
Ele morava com a mãe e a esposa num amplo apartamento em um elegante bairro de São Paulo. A mãe e a esposa eram muito parecidas em vários aspectos. Bem diz a psicanálise, que o homem se relaciona com mulheres semelhantes à mãe.
Seu único afeto e preocupação era Spike, um vira-latinha que ele resgatou ainda filhote de um esgoto. Estava voltando para casa, quando avistou o pequeno tentando escalar a margem do rio e escorregando. Ao ver esta cena, apiedou-se e estacionou o carro para tirá-lo dali. Isso já tinha um ano e Spike havia se tornado um belo cão de porte médio e pelagem brilhante.
Edgar travou uma briga séria dentro de casa para manter Spike. A esposa e a mãe não queriam o pequeno. Por elas, ele seria abandonado mais uma vez.
Também sentia saudade de seu pai que fora assassinado num assalto. O bandido abordou e ele reagiu. Depois disso, tirou porte de arma e comprou uma pistola para se defender.

No salão de festas do prédio

Dona Marta estava presidindo uma reunião de senhoras do condomínio. Elas discutiam a decoração do hall de entrada. Precisavam decidir se os vasos de porcelana ficariam do lado direito ou esquerdo da portaria, se o espelho ficaria em frente ao elevador e o uniforme dos funcionários do prédio. Ela nem notou que Edgar chegou mais cedo em casa e estava no escritório há mais de uma hora.
Num intervalo da reunião, Dona Marta pediu a um dos funcionários para lavar a entrada de seu apartamento e depois passar "bom ar" porque Edgar tinha passado por ali com Spike no dia anterior. Ela tinha nojo de animais; segundo a psicanálise, pessoas assim, inconscientemente sentem-se impuras e sujas e projetam isso no animal.

Na joalheria

Melina estava na joalheria escolhendo uma jóia para compor seu visual para ir à festa dos Silveira Borges no próximo fim de semana. A atendente, muito educada, mostrava as finas peças da loja.
Ela tinha deixado o carro no lava-rápido ao lado para fazer hidratação e uma desinfecção por dentro. No dia anterior, Edgar tinha transportado Spike no carro. Ela também tinha nojo.

No escritório

A preocupação de Edgar com Spike havia cessado. Com ajuda da funcionária da Pet Shop, ele encontrou uma família de gente boa e honesta para adotar Spike. Eles se apaixonaram por ele. Edgar o entregou à família com um nó no coração, mas era necessário. Dona Marta e Melina poderiam fazer algum mal a ele.

No elevador

Depois de terminada a estafante reunião sobre a posição dos vasos e a estampa do uniforme dos funcionários, Dona Marta estava subindo ao seu apartamento. Chegou na porta e sentiu o cheirinho do bom ar, o funcionário fez exatamente como ela pediu.
Entrou em casa satisfeita e foi direto à televisão. Não percebeu que Edgar estava no escritório.

No carro

Melina escolheu uma bela jóia e estava voltando para casa em seu carro hidratado e desinfetado. Ao entrar na avenida principal, o trânsito estava parado, polícia, ambulância. Os policiais sinalizando. Quando ela passou pela ambulância, sem querer, viu o cadáver estirado na calçada, olho arregalado de susto e dedos crispados. 
A mandíbula estava cerrada e tinha um buraco vermelho no meio do peito. E ela, tão fofinha, vendo aquilo. O cadáver duro e trincante estirado na calçada sob as luzes do giroflex e os sons das sirenes.
Ela gritou dentro do carro fechado, blindado e hidratado.
Logo chegou em casa, ufa! Foi direto ao cofre guardar sua nova jóia.

No escritório

Edgar tirou a pistola da gaveta e a manuseou; estava carregada. Sabia qual região do cérebro era fatal. Não podia errar. Colocou para tocar Robert Johnson. Levantou-se, andou um pouco, pegou um retrato do pai e olhou-o bem. Foi na janela, observou as luzes. Voltou à cadeira, sentou-se e apontou a arma para o alvo certo. Venceu todas as barreiras do instinto e do medo. Atirou.

Na sala

Melina e Dona Marta ouviram o disparo. Um só disparo. Veio do escritório! Encontraram Edgar debruçado sobre a mesa e o sangue escorrendo. Gritaram. Dona Marta desmaiou. O cheiro de pólvora com sangue inundou tudo e ficou impregnado nos objetos.

No enterro

Melina e Dona Marta jogavam punhados de terra sobre o caixão que ia baixando na cova. Depois foram embora de braços dados. Agora não tem mais preocupação com o mau cheiro de Spike.


Texto de minha própria autoria.

POEMA: CURRICULUM VITAE



Ah, desculpe, não preenchi nenhum requerimento. Sou sobrevivente de guerra e tenho mania de perseguição. Posso acreditar que você é um agente da repressão.

Caminho neste mundo há algumas décadas e fiz questão de ouvir o Metallica.

Não tem fato relevante nenhum, apenas o trabalho de Sísifo e um engano a cada cinco minutos de conversa.

O que ocorre é que sou estrangeira em todos os lugares.

É, eu tenho lá um diploma, se você quiser, trago cópias. Mas neles não está escrito que eu vou ler a tábua de Moisés.

A minha formação principal veio das inúmeras audições das sinfonias dos latidos, dos gatos guerreando, do mocho piando e do urro que vem dos bosques.

Foto minha? Ah, eu vou te trazer um Francis Bacon.


Poema de minha própria autoria.

sábado, 13 de julho de 2013

HOJE: DIA MUNDIAL DO ROCK




Hoje é dia de falar de rock´n´roll. Inconfundível estilo que movimentou e transformou gerações. É um estilo popular, responde aos anseios de milhões, mas assim mesmo, meio restrito. Nos seus primeiros momentos, lá na época de Chuck Berry, por exemplo, ainda associado a "coisa do diabo". Descendente legítimo do Blues, o rock é o grito dos oprimidos. Os bluesmen também tinham esse estigma de "vendidos ao diabo", é só olhar as letras de Robert Johnson. Claro, sempre que aparece alguma manifestação cultural dos oprimidos, trata-se logo de demonizá-las, como aconteceu aqui no Brasil com o candomblé. Para as classes dominantes, era um culto demoníaco, tanto que era proibido até a década de 50, se não me engano.

E se é para falar em grito, ontem ouvindo a 89.1 FM, a rádio rock, fiquei sabendo que Eric Carr, baterista do Kiss, estaria fazendo 61 anos de idade, se estivesse vivo. Ele morreu de um tipo raro de câncer no coração (nossa, nunca ouvi falar nisso) em 24 de novembro de 1991, mesmo dia de Freddy Mercury. Dia medonho para os roqueiros.

Lembram da batida da música I love it loud? Então, essa é a marca do talento de Eric Carr. Olhando a letra da música, vi que é puramente a essência do rock, o grito, o estalar de vida, a catarse. E aí, lembrei-me de duas outras obras: "Song for my self" (Canção para mim mesmo) do lendário Walt Whitman e "AA UU" dos Titãs. As três têm isso em comum: o grito, o protesto, a catarse, o despertar; o dizer NÃO à onda de imbecilização coletiva. Isso acontece muito em arte, já repararam? Artistas que estão distantes no tempo e no espaço, de repente, criam obras com a mesma essência. Aliás, eu tenho um outro texto aqui mesmo no blog demonstrando isso. Revejam:

Vamos ver as letras:

I love it loud, Kiss

Love It Loud

Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!

Stand up, you don't have to be afraid
Get down, love is like a hurricane
Streetboy, though I never could be tamed
Better believe it

Guilty, 'til I'm proven innocent
Whiplash, heavy metal accident
Rock on, I wanna be the president

('Cause I love it)

Loud, I wanna hear it loud
Right between the eyes
Loud, I wanna hear it loud
Don't want no compromise

Turn it up, hungry for the medicine
Two-fisted till the very end
No more treated like aliens
We're not gonna take it

No lies, no more alibis
Turn it up, it's got me hypnotized
Rock on, I won't be tranquilized

('Cause I love it)

Loud, I wanna hear it loud
Right between the eyes
Loud, I wanna hear it loud
Don't want no compromise

(I love it)

Loud, I wanna hear it loud
Right between the eyes
Loud, I wanna hear it loud
Don't want no compromise

Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!

(Turn it up)

Headline, jungle is the only rule
Front page, roar of the nations cool
Turn it up, this is my atttude
Take it or leave it

Loud, I wanna hear it loud
Right between the eyes
Loud, I wanna hear it loud
Don't want no compromise

(I love it)

Loud, I wanna hear it loud
Right between the eyes
Loud, I wanna hear it loud
Don't want no compromise

(I love it)

Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!

Eu Amo Isso Alto

Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!

Levante-se, você não precisa ter medo
Abaixe-se, o amor é como furacão
Garoto de rua, não, eu nunca poderia ser domado
Melhor acreditar nisso

Culpado, até que provem minha inocência
Chicoteado, acidente do heavy metal
Agite, eu quero ser presidente

(Porque eu amo isso)

Alto, eu quero ouvir isso alto
Bem no meio dos olhos
Alto, eu quero ouvir isso alto
Eu não quero me comprometer

Aumente, faminto pelo remédio
Com dois punhos até o fim
Não seremos mais tratados como alienígenas
Nós não vamos aguentar isso

Sem mentiras, sem álibis
Aumente, isso me hipnotizou
Agite, eu não serei tranquilizado

(Porque eu amo isso)

Alto, eu quero ouvir isso alto
Bem no meio dos olhos
Alto, eu quero ouvir isso alto
Eu não quero me comprometer

(Eu amo isso)

Alto, eu quero ouvir isso alto
Bem no meio dos olhos
Alto, eu quero ouvir isso alto
Eu não quero me comprometer

Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!

(Aumente)

Manchete, a selva é a única lei
Primeira página, rugido da nação
Aumente, esta é minha atitude
É pegar ou largar

Alto, eu quero ouvir isso alto
Bem no meio dos olhos
Alto, eu quero ouvir isso alto
Eu não quero me comprometer

(Eu amo isso)

Alto, eu quero ouvir isso alto
Bem no meio dos olhos
Alto, eu quero ouvir isso alto
Eu não quero me comprometer

(Eu amo isso)

Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!
Hey hey hey, yeah!


Do site letras.mus.br

Agora vejamos um trechinho do longo poema de Walt Whitman, A Song for myself, verso 52 (Uma canção para mim mesmo):

"I too am not a bit tamed
I too am untranslatable,
I sound my barbaric yawp over the roofs of the world."



                                                             Sir Walt Whitman


Tradução:

Eu também não fui domado
Eu também sou intraduzível,
Eu solto meu brado bárbaro sobre os telhados do mundo.

Quem assistiu e apreciou o filme Sociedade dos Poetas Mortos, vai lembrar que tem uma cena em que o professor fala esse verso "I sound my barbaric yawp over the roofs of the world". Era um momento em que ele tentava desreprimir um aluno, para que este conseguisse se expressar.

Agora vejamos a letra dos Titãs:

AA UU

AA UU   AA UU
AA UU   AA UU

Estou ficando louco de tanto pensar
Estou ficando rouco de tanto gritar


AA UU   AA UU
AA UU   AA UU
Eu como, eu durmo, eu durmo, eu como
Eu como, eu durmo, eu durmo, eu como
Está na hora de acordar
Está na hora de deitar
Está na hora de almoçar
Está na hora de jantar

AA UU   AA UU
AA UU   AA UU
 Estou ficando cego de tanto enxergar
Estou ficando surdo de tanto escutar

AA UU   AA UU
AA UU   AA UU
Não como, não durmo, não durmo, não como
Não como, não durmo, não durmo, não como
Está na hora de acordar
Está na hora de deitar
Está na hora de almoçar
Está na hora de jantar


Então aí está, pessoal. Esta é a minha homenagem ao Rock no dia de hoje.

Obrigada a todos que leram até aqui...

   

domingo, 2 de junho de 2013

CORDAS, FIOS E TRANÇAS

1. Os instrumentos de cordas são violão, violino, violoncelo, viola, harpa e guitarra.

2. Ao ouvir a quinta sinfonia de Beethoven, as veias do meu coração se esticam.

3. O sr. José se enforcou na varanda do seu apartamento, na madrugada do dia 13 de agosto de 1999 porque estava com seus bens penhorados. Rapunzel, sua filha, passou mal quando chegou em casa e teve que tomar Stillnox durante um mês.

4. Os violões que choram estavam guardados no quartinho do fundo do apartamento do sr. José. Não serviram para desenrolar a penhora.

5. Acharam um Stradivarius sem nenhum arranhão sob os escombros depois do ciclone. A casa em ruínas era na rua Vivaldi, 88.

6. Ariadne, vizinha do sr. José, perdeu o fio da meada quando ouviu o tranco naquela noite.

7. Para amarrar o saco preto de lixo, a empregada Maria usou o restinho da corda que o Sr. José usou. Foi o suficiente.

8. O chefe de Ariadne disse que o projeto dela tem que estar amarrado com o projeto do pessoal do orçamento. Ela achou um absurdo e preferiu ouvir Eddie Van Halen.

9. A caixa de energia da casa de Maria teve um curto-circuito por causa das gambiarras feitas para puxar energia dos postes. O incêndio atingiu toda a comunidade. Maria perdeu até os elásticos de cabelo.

10. No incêndio, o filho de Maria sofreu uma queda e quebrou o fêmur. Foi parar no hospital, está internado e entubado. Agora, Maria sente dores nas entranhas.

Texto criado por mim durante as reuniões do projeto Tantas Letras! de SBC.