Dedicado a todas as espécies de animais vítimas de maus tratos,
torturas e toda sorte de barbáries impostas direta ou indiretamente pelos seres
humanos.
Eu sou o acrobata da jaula dos fundos, porém todos me vêem.
Vou deixar minhas garras à mostra na grade e me contorcer
preso às algemas que te livram das minhas unhadas e dentadas bruscas, porque
você é fraco e covarde mesmo parecendo ser o preferido do espetáculo de Deus.
Se eu escapar daqui, vou sim arrancar ferozmente esse
sorriso do seu rosto triste, pusilânime; é como se você quisesse ser o próprio
Deus.
As tochas estão apagadas e vocês não têm fósforo.
Não adianta você tomar dimetiltriptamina, a sua imbecilidade
explodirá sem nenhuma discrição.
Vou deixar minhas presas à vista na esperança de que alguém
tenha medo e todos se afastem.
Eu sou o acrobata torturado da jaula dos fundos, porém todos
me vêem. O ar que respiro é diferente do seu, porque você pensa que é superior
a mim.
Mas eu sou o uivo que arrebenta seus tímpanos e o urro que
lateja em suas tripas.
Entre um passo e outro, você era eu ontem.
Uma espera na fila do circo com suas crueldades e cruezas,
ingressos alfanuméricos, nenhuma esfinge, um terror. Um terror. Repita comigo:
só terror.
Esta é a minha versão
do poema Manual de acrobacias, do poeta Carlos Augusto Lima. Para ler o
poema original, acesse o blog www..memoriaeprojeto.wordpress.com.
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