Powered By Blogger

domingo, 18 de agosto de 2013

MANUAL DE ACROBACIAS




Dedicado a todas as espécies de animais vítimas de maus tratos, torturas e toda sorte de barbáries impostas direta ou indiretamente pelos seres humanos.



Eu sou o acrobata da jaula dos fundos, porém todos me vêem.

Vou deixar minhas garras à mostra na grade e me contorcer preso às algemas que te livram das minhas unhadas e dentadas bruscas, porque você é fraco e covarde mesmo parecendo ser o preferido do espetáculo de Deus.

Se eu escapar daqui, vou sim arrancar ferozmente esse sorriso do seu rosto triste, pusilânime; é como se você quisesse ser o próprio Deus.

As tochas estão apagadas e vocês não têm fósforo.

Não adianta você tomar dimetiltriptamina, a sua imbecilidade explodirá sem nenhuma discrição.

Vou deixar minhas presas à vista na esperança de que alguém tenha medo e todos se afastem.

Eu sou o acrobata torturado da jaula dos fundos, porém todos me vêem. O ar que respiro é diferente do seu, porque você pensa que é superior a mim.

Mas eu sou o uivo que arrebenta seus tímpanos e o urro que lateja em suas tripas.

Entre um passo e outro, você era eu ontem.

Uma espera na fila do circo com suas crueldades e cruezas, ingressos alfanuméricos, nenhuma esfinge, um terror. Um terror. Repita comigo: só terror.




Esta é a minha versão do poema Manual de acrobacias, do poeta Carlos Augusto Lima. Para ler o poema original, acesse o blog www..memoriaeprojeto.wordpress.com.








Nenhum comentário:

Postar um comentário