Nesta última semana, tive a oportunidade de ir assistir a dois filmes da 36a mostra internacional de cinema. Não posso deixar de lembrar León Cakoff, que foi o responsável por este evento existir e sua esposa, Renata que deu continuidade a isso. Devemos saber que ter uma mostra internacional de cinema é um direito, mas é também, um grande privilégio. Aliás, tudo o que se relaciona a arte é assim: é um direito, mas é um deleite e um privilégio, antes de tudo.
Primeiramente fui assistir ao Nostalgia, de Andrei Tarkovsky. Ele mesmo disse em uma entrevista que o artista deve servir à arte e não o contrário. Ele diz também que a arte influencia o espírito humano. E como! Que filme, gente!! É um mergulho no abismo. Poesia e filosofia correm soltas ali. Imagens simbólicas nos menores detalhes. Ambiente de penumbra. Planos impecáveis. Uma angústia de gelar as artérias. Ao terminar o fime, saí da sala até com tontura. Muito impactante.
Depois, no último dia da mostra, fui assistir ao espetáculo da projeção do Nosferatu. Foi no auditório do Parque do Ibirapuera. Pleno feriado de finados, tempo nublado e com garoa, assistir ao filme sentado no chão! Incrivelmente, o gramado lotou, mesmo que 1 milhão e meio de carros tinham partido rumo ao litoral paulista. Ficou parecendo show de rock. O filme ia começar às 20h00min, às 19h30min já estava intransitável. Fiquei mais de uma hora e meia sentada no chão tomando garoa e frio, ganhei uma belíssima dor nas costas, mas não tem problema, porque o filme é uma verdadeira relíquia. Ainda por cima, acompanhado de orquestra ao vivo. Isso é impagável. A música foi composta especialmente em homenagem a Bram Stoker, porque este ano é o centenário de sua morte.
Nosferatu foi a primeira adaptação para o cinema do romance Drácula de Bram Stoker e é um modelo do Expressionismo alemão.
Bem, por hoje é só.
Levei cerca de 30 minutos para conseguir sair do parque por conta da quantidade de pessoas presentes no evento.